Desconhecimento e preconceito sempre foram fatores a impedir que os benefícios da meditação para a saúde fossem devidamente reconhecidos. Todavia, ao longo dos anos, estudos sérios colaboraram para que as dúvidas acerca da prática fossem amenizadas e finalmente deixadas de lado, com o reconhecimento de que a prática funciona de maneira bastante eficaz no tratamento contra a insônia e o stress.
Também já se admite que tem ação positiva ao diminuir os riscos de uma pessoa sofrer um ataque cardíaco, além de proporcionar melhoria dos pacientes nas reações durante o tratamento contra o câncer.
Conhecimento Milenar
Se os orientais já carregavam consigo o conhecimento acerca desses benefícios, há mais de 2 milênios,apenas recentemente a Medicina se interessou em realmente aprofundar o interesse para entender a forma como esse processo acontece. E deu o braço a torcer, reconhecendo que os resultados vão muito além do simples relaxamento provocado pelo fechar dos olhos e o “esquecimento” de si mesmo. O olhar de viés da classe médica durou até a década passada e a tentativa de compreensão acabou levando à aceitação de que a Meditação é benéfica no combate contra inúmeros problemas de saúde.
Atualmente, ao contrário de outras terapias alternativas, ainda sem comprovação científica, a prática ganhou respeito através de estudos promovidos por instituições de notório saber e integridade. Cada vez mais, a Meditação se firma como uma opção com aplicações bem específicas. Suas atuais áreas de estudo são: Redução do stress, Melhoria do sistema cardiovascular, Insônia e distúrbios mentais, Alívio da dor, Reforço do sistema imunológico e Melhoria na concentração.
Benefícios Físicos
1- Além de prevenir o stress, simultaneamente libera as tensões acumuladas no sistema, deixando-o renovado e mais alegre.
2- Há uma mudança fisiológica e cada célula do corpo é preenchida com mais energia (prana) e quando o nível desta aumenta no corpo, a pessoa passa a se sentir mais alegre, tranquila e entusiasmada.
3- Abaixa a pressão sanguínea.
4- Abaixa os níveis do lactato sanguíneo, reduzindo a ansiedade.
5- Diminui qualquer tensão relacionada com dores: musculares, de cabeça, úlcera, insônia e problemas nas articulações.
6- Aumenta a produção de serotonina, provocando melhoria no humor e no comportamento.
7- Melhora o sistema imunológico.
Benefícios Mentais
8- Sua prática eleva o padrão de ondas cerebrais ao estado Alfa, promovendo cura. A mente se torna mais delicada e renovada.
9- Diminui a ansiedade.
10- Aumenta a estabilidade emocional.
11- Aumenta a criatividade.
12- Aumenta a alegria.
13- Desenvolve a intuição.
14- Ganha mais clareza e paz na mente.
15- Os problemas se tornam pequenos.
16- Aguça a mente através do ganho de foco e a expande através do relaxamento.
Outros Benefícios
Além disso, a Meditação proporciona estabilidade emocional e harmonia. Seus adeptos argumentam que ela “limpa, nutre e acalma de dentro para fora, evitando a sensação de estar muito sensível, instável ou emocionalmente fechado”. A prática traz harmonia para o ambiente, pois, ao meditar, a pessoa é colocada em um “espaço de vastidão, calma e alegria. E isto você emana para o ambiente, trazendo mais harmonia para o planeta”.
Outros dois pontos são destacados no site “Arte de Viver”: o Desenvolvimento da Consciência, com a meditação diária, que poderá levar o indivíduo a “experimentar o mais alto e refinado estado”; e as Transformações Pessoais. Neste, ensina: “Assim que você aprender mais sobre si mesmo, você naturalmente vai querer descobrir mais sobre o mistério da vida, do universo, etc. Então as perguntas que surgirem na mente serão – Qual o sentido da vida? Qual o propósito? O que é este mundo, o que é amor, o que é conhecimento?”.
Recurso Terapêutico
Em entrevista para o jornal do Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo, Edição 70, o médico Dr. Roberto Cardoso foi questionado acerca da relação da Meditação com a Medicina. Sua resposta:
Há inúmeros trabalhos que envolvem o uso da meditação em saúde. Como não é obrigatoriamente feita em cenário religioso, pode ser utilizada livremente como recurso terapêutico. As situações mais estudadas são ansiedade generalizada (TAG), dor crônica, hipertensão arterial, distúrbios do sono,depressão leve a moderada, melhora da imunidade, dentre outros. Na “depressão de origem ansiosa”, os resultados também costumam ser bons, a não ser quando já se atingiu um grau de depressão muito avançado. Nesse caso, há relatos – embora pouco comuns – de piora logo no início da prática. Temos receio, no tratamento da depressão grave, especialmente quando já há tendências suicidas.
Formado pela Universidade de Brasília, com mestrado em Obstetrícia e doutorado em Ciências na Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) sobre meditação em gestantes, ele é autor do livro“Medicina e Meditação – Um Médico Ensina a Meditar”. Na Unifesp, desenvolve pesquisas sobre medicina comportamental e qualidade de vida, além de ser membro fundador do Numepi-Unifesp (Núcleo de Medicina e Práticas Contemplativas). Roberto Cardoso defende que a meditação pode ser um recurso terapêutico a ser utilizado na prática médica, desvinculado de qualquer caráter religioso.
Segundo ele, as pesquisas científicas comprovam os benefícios da Meditação. “Hoje, vários centros de pesquisa pelo mundo estudam a meditação, e até mesmo o NIH (Instituto Nacional de Saúde, dos EUA) já apresenta a Meditação como recurso de saúde, através do seu National Center for Complementary and Alternative Medicine (Nccam)”, ressaltou. Rejeitando as ideias pré concebidas de relaxar e “ficar no vazio”, o pesquisador e meditador praticante enfatiza que os seus efeitos não são milagre, mas sim frutos do treino diário, sem que seja necessário seguir uma religião ou uma filosofia exótica.
Para o Dr. Roberto, “as pessoas hoje falam muito das descobertas científicas sobre os efeitos da meditação”. Entretanto, acentua que o preconceito ainda existe: “Se você for falar das experiências vivenciadas, quem não conhece vai achar que é conversa de louco. E ainda há muita gente que acredita que, se você medita, é porque entrou para uma seita ou religião exótica”.
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